BPO - Batista Pereira & Oliveira - Advogados e Associados
BPO - Batista Pereira & Oliveira - Advogados e Associados
BPO - Batista Pereira & Oliveira

Depois de registrar seu melhor resultado trimestral, a fabricante brasileira de computadores entende que é o momento de buscar ativos para consolidar e acelerar novas linhas de negócios. A estratégia passa ainda pela associação com startups para impulsionar sua área remodelada de tecnologias educacionais

Desde o início da pandemia, a Positivo Tecnologia vem capturando a explosão na demanda por digitalização e, por consequência, pelos computadores e notebooks que produz. Ao mesmo tempo, esse contexto deu condições para que fabricante consolidasse novos negócios adjacentes em sua operação.

Entre abril e junho deste ano, a empresa não só confirmou essa trajetória recente como foi além, ao registrar o melhor trimestre da sua história. Agora, sob esse cenário cada vez mais favorável, a companhia entende que é momento de dar vazão a outra estratégia: as aquisições.

“O ano passado foi de maturação das frentes que iríamos trabalhar”, diz Hélio Rotenberg, CEO da Positivo, ao NeoFeed. “Não adiantava comprar se não sabíamos o que e para quê. Agora, temos essa definição e uma estratégia ativa no mercado.”

No alvo desses investimentos estão empresas que possam consolidar o que a Positivo chama de novas avenidas de crescimento, um escopo que inclui desde as ofertas de hardware como serviço até negócios mais recentes como os portfólios de casa inteligente e servidores.

Segundo Rotenberg, o resultado forte apurado pela empresa também abre a perspectiva de reforço nos investimentos realizados por meio do seu corporate venture capital. “Como o faturamento vem crescendo muito, cresce também a verba que temos para esse fim e, nesse ano, esses aportes devem passar de R$ 40 milhões.”

A estratégia de olhar para além dos seus limites não está restrita a esse apetite por aquisições. Essa mesma abordagem está no centro da reestruturação das ofertas de tecnologia educacional, no fim de junho, agora reunidas sob a bandeira Educacional.

Para compor as soluções dessa nova roupagem, destinada ao segmento de educação básica e às escolas públicas e privadas, a Positivo recorreu a uma mescla entre os softwares da sua própria lavra e as ferramentas desenvolvidas por edtechs.

“Nós decidimos abrir nossa cabeça e deixar de vender só o que produzíamos, pois vimos que havia muita coisa boa sendo feita no mercado”, explica Rotenberg. “Ao mesmo tempo, muitas dessas startups param no meio do caminho, pois não têm a mesma força comercial e penetração que nós construímos nesse segmento.”

Hoje, a plataforma da Educacional já conta com 13 startups de educação plugadas e um portfólio de suítes para áreas como Língua Portuguesa e Matemática. Com projetos-piloto já sendo tocados, a empresa se prepara para as vendas do ano letivo de 2022, cuja temporada tem início em setembro.

“Estamos integrando todas essas soluções e queremos ser o grande ecossistema de tecnologia para educação no mercado brasileiro”, afirma Rotenberg. Ele projeta que essa frente começará a ter peso, de fato, no balanço da Positivo a partir de 2023.

Enquanto trabalha para que esse plano se concretize, a Positivo contabiliza os indicadores reportados no segundo trimestre. O lucro líquido no período foi de R$ 51,5 milhões, revertendo o prejuízo líquido de R$ 8,6 milhões, divulgado um ano antes.

A receita líquida avançou 88,5%, para R$ 785,8 milhões, na mesma base de comparação. Já o ebtida ajustado registrou um salto de 1.138,8%, para 101,9 milhões. O crescimento foi impulsionado por bons números em praticamente todas as linhas de negócio.

As vendas de computadores, por exemplo, totalizaram 612,5 mil unidades nesse intervalo, um desempenho 80,4% superior em relação ao segundo trimestre de 2020. E aconteceram mesmo diante dos desafios de falta de componentes e de problemas na logística de entregas de suprimentos do setor.

“Temos R$ 1 bilhão em estoque, porque nos planejamos já olhando para essa escassez de materiais”, explica Rotenberg. “E estamos conseguindo entregar tudo o que programamos, mas poderíamos entregar ainda muito mais se o mercado não estivesse passando por essas restrições.”

Ele ressalta que os estoques no varejo ainda estão na faixa de 60 dias, quando o prazo normal nesse segmento é de 90 a 120 dias. Mas diz que houve, ao menos, uma desaceleração no aumento de preços dos componentes, apesar de ainda ser difícil estimar quando o fornecimento estará normalizado.

Se o momento é favorável, mesmo diante de desafios desse porte, Rotenberg destaca que as projeções para o segundo semestre são de manutenção de uma demanda forte. Um dos exemplos citados é o segmento de vendas para o setor público, que vem registrando um aquecimento nas licitações.

Recentemente, por exemplo, a Positivo venceu duas concorrências, com 120 mil equipamentos cada, entre notebooks e tablets, do governo do Ceará. “Já temos contratado um volume de R$ 1 bilhão no setor público, contra R$ 550 milhões no ano passado”, afirma. O montante inclui as 225 mil urnas eletrônicas, cujas entregas terão início em novembro e se estenderão até os primeiros meses de 2022.

Avaliada em R$ 1,76 bilhão, a Positivo encerrou o pregão desta quarta-feira com suas ações cotadas a R$ 12,56 e uma ligeira alta de 0,08%. No acumulado do ano, porém, os papéis da empresa já registram uma valorização de mais de 146%.

Compartilhe

Receba nossa Newsletter

Outras Notícias