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Com novo carro, VW retoma o 2º turno em Pinhais

A partir de abril, a fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) voltará a funcionar em dois turnos e 500 operários que estavam afastados retomarão o trabalho. Por conta da crise, o segundo turno foi cortado há pouco mais de um ano. Mas agora, graças ao início de produção de um novo modelo, o utilitário esportivo compacto T-Cross, a jornada voltará ao ritmo normal.

A unidade paranaense tem hoje 2,56 mil empregados. Nos últimos meses, no entanto, nem todos iam para a fábrica. Por meio de “layoff” (suspensão temporária do contrato de trabalho), era feito um revezamento de grupos que passavam temporadas em casa. A última turma, de 500, voltará do “layoff” em abril e a montadora não precisará mais recorrer a essa ferramenta por enquanto.

Até agora eram fabricados no Paraná os modelos Fox e Golf, da Volks, e o Audi A3. O T-Cross abre caminho para a empresa estrear no mercado dos utilitários esportivos pequenos, do qual nunca havia participado. Hoje, a única opção de utilitário da Volks é o Tiguan, importado do México, que se enquadra num segmento mais luxuoso.

Ontem, a novidade fez estreia mundial. Foi apresentado em São Paulo, na China e na Holanda. Além da fábrica do Paraná, o T-Cross será produzido na China e na Espanha. A versão brasileira é mais larga e mais comprida. Segundo o diretor mundial de vendas e marketing, Jürgen Stackmann, testes mostraram que tanto o consumidor brasileiro quanto o argentino usarão esse veículo como o “carro de família” e, por isso, precisam de mais espaço

Com o T-Cross, a Volks persegue tendência mundial de expansão de vendas dos utilitários esportivos, afirma Stackmann. Há cinco anos esse segmento representava 9% do mercado mundial e hoje alcança 20%. Segundo o executivo, a Volks se prepara para que a partir de 2025, 50% da sua linha mundial seja de utilitários esportivos. No Brasil, o T-Cross concorrerá com modelos como o Honda HR-V e Nissan Kicks.

Além do mercado brasileiro, o modelo será exportado para Argentina, Chile e Peru. Mas o presidente da Volks na América do Sul, Pablo Di Si, diz que tem mantido negociações para enviar o veículo para mercados fora do continente

Stackmann passou o dia, ontem, em São Paulo e hoje vai para a Argentina, retornando à noite para a Alemanha. Ele sabe que essa visita aconteceu num momento de decisões importantes na região. Além da eleição presidencial no Brasil, no domingo, a Argentina negocia novas linhas de financiamento com o Fundo Monetário Internacional. Mas o executivo considera normal o que ele chama de “ondas” típicas de nações que frequentemente atravessam instabilidades econômicas.

Stackmann diz que a montadora alemã nunca toma decisões baseada na condução política de um país. Ele espera, no entanto, que a estabilidade econômica do Brasil seja preservada no novo governo. Diz que essa é uma condição importante para a companhia manter o ritmo de investimentos no país. “Eu gostaria de ver também a continuidade da oferta de crédito nos bancos”, destaca.

Di Si elogia a atual equipe econômica e diz ter notado a reação positiva do mercado às notícias de que o economista Ilan Goldfajn poderia ser mantido no comando do Banco Central. “A cotação do dólar baixou imediatamente”, diz. Para ele, seja qual for a formação ministerial do próximo governo não há o que temer em relação aos entendimentos no Mercosul, um bloco, diz, “já consolidado”.

Não fosse a crise na Argentina a operação sul-americana da Volkswagen chegaria ao equilíbrio financeiro este ano, segundo Di Si. A Volks acumula prejuízos na América do Sul desde 2015. “Estamos muito próximos de alcançar o equilíbrio”, disse o executivo, sem detalhar as perdas.

Di Si calcula que em 2019 o da Argentina, seu país de origem, será ainda menor do que o de 2018. O entusiasma, por outro lado, o fato de a exportação para o Brasil absorver mais de 70% da produção da fábrica da Volks e General Pacheco, na região metropolitana de Buenos Aires.

Já no mercado nacional, as vendas têm aumentado devido, principalmente, à renovação da linha de produtos. De janeiro a setembro, a Volkswagen acumulou crescimento de vendas de 34%, quase três vezes a média do mercado. A expansão das vendas tem ajudado na recuperação da rentabilidade. A Volks está em meio a um plano de investimentos de R$ 7 bilhões para lançar 20 novos modelos de veículos entre 2017 e 2020.

Stackmann diz que ainda é cedo para falar sobre o entendimento global, firmado com a Ford, para o desenvolvimento conjunto de veículos comerciais. É certo, no entanto, que esse executivo terá um papel importante nessas negociações. Além do cargo que ocupa na Volks, ele também conhece a Ford, empresa onde começou a carreira, em 1989.

Fonte: Valor Econômico

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