BPO - Batista Pereira & Oliveira - Advogados e Associados
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Os fabricantes de carros elétricos sempre estão em busca de novas tecnologias para ampliar cada vez mais a autonomia dos seus modelos. Normalmente, a principal saída não é disruptiva – pelo menos por ora – e inclui a instalação de packs de células cada vez maiores e, claro, mais pesados. Mas a revolução está bem próxima.

Em vez de aumentar o volume e o peso das baterias, há marcas que buscam mudar a forma como elas são distribuídas pelo carro. Agora, alguns fabricantes apostam em integrar as baterias e a estrutura dos veículos.

Já existe um modelo finalizado que usa essa solução: o Leapmotor C01. O carro do pequeno fabricante chinês será lançado ainda em 2022. Ou seja, a revolução já está em movimento.

A Tesla promete lançar comercialmente o seu primeiro carro do tipo em 2023. As vantagens são muitas e incluem, entre elas, a diminuição de peso e o aumento da rigidez total do conjunto. A marca norte-americana não é a única que vai adotar a nova tecnologia em carros de produção em massa, a gigante BYD é outra que está apostando na mesma solução. A Toyota também vai se juntar ao grupo.

Denominada Cell to Chassis (CTC) – células no chassi -, a tecnologia integra as células na própria plataforma. As vantagens são diversas. Com o uso, é possível dispensar as volumosas caixas das baterias

“As baterias são envolvidas em uma caixa/container, um elemento que incorpora dispositivos para o controle de temperatura e gestão eletrônica das células. A maioria das células atuais são cilíndricas e pequenas, o que facilita o posicionamento delas.”
Fabio Delatore, docente de Engenharia Elétrica da FEI e coordenador do Fórmula FEI Elétrico

O uso de mais células por toda a estrutura inferior do carro permite aumentar o alcance e também aumenta a rigidez estrutural da plataforma, pois os dois elementos se reforçam.

Em vez de serem acomodadas em packs, as baterias podem ser distribuídas de maneira mais eficiente pela estrutura do carro, algo que pode impactar positivamente no comportamento dinâmico do veículo. O aumento de rigidez costuma ser benéfico para a dirigibilidade.

Seria a maior mudança desde que os elétricos feitos sobre plataformas exclusivas surgiram, algo que era diferente no passado. “Os primeiros carros elétricos surgiram a partir de uma plataforma desenvolvida para carros a combustão. Naquela época, o principal desafio foi encontrar espaço para acomodar os packs de bateria e todas as questões sobre espaço e segurança do posicionamento”, relembra Fabio.

O professor ressalta que um carro convencional é pensado estruturalmente levando em consideração vários fatores, exemplos do espaço disponível para o motor, ocupantes e malas, coisas que mudam quando um motor elétrico é adicionado, o que deixa um espaço desperdiçado no cofre. Na outra direção, o espaço não sobra no habitáculo, pois o pack de baterias fica abaixo do assoalho. Um elétrico de nascimento já é pensado ao redor das baterias.

A economia de peso e o uso de mais células permitirão oferecer uma autonomia consideravelmente maior. Atualmente, são raros os carros elétricos que rodam mais de 600 km com uma carga, algo que pode mudar em breve. São previstos alcances superiores a mil km, algo que mudaria a maneira que os consumidores enxergam os elétricos.

Ainda pesa a questão da manutenção, do reuso e da reciclagem das baterias. “Se as baterias forem elementos integrantes do conjunto, talvez a substituição de partes ou peças exija uma intervenção maior no carro. Pode ser diferente das baterias atuais, porque elas saem por baixo na íntegra. É como se fosse uma peça de Lego”, analisa Fabio.

Os novos projetos devem levar tudo isso em consideração. E talvez a sobrevivência das células seja ainda maior, uma vez que a enorme autonomia pode compensar a perda gradual de eficiência ao longo dos anos.

Fonte: UOL Carros

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