BPO - Batista Pereira & Oliveira - Advogados e Associados
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A falta de insumos para produção de carros não afeta só o brasileiro que quer trocar o usado por um zero quilômetro. O setor de locadoras está enfrentando dificuldades para renovar a frota, obrigando as empresas a estender o prazo de vida útil dos veículos para suprir a demanda.

Antes da pandemia, um carro de locadora tinha uma vida útil de, em média, 14,9 meses. Agora, o veículo usado demora 17,9 meses para ser trocado.

“O setor automotivo está com dificuldades para entregar os veículos. Estamos atendendo nossos clientes com os veículos que já foram comprados e estão sendo entregues. Os carros que as locadoras têm estão com a taxa de ocupação alta e a gente espera as entregas para poder normalizar as operações”, afirma Paulo Miguel Junior, presidente da Abla (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis).

As montadoras começaram a restringir as compras de novos carros pelas locadoras para dar conta da demanda. A fila para comprar um carro zero, por exemplo, já chega a 180 dias. “Algumas montadoras estão com pedidos fechados para locadoras, outras estão com restrições para a compra de alguns modelos”, afirma Paulo Miguel.

Nora Lanari, diretora de relacionamento com investidores da Localiza, diz que a companhia tem uma margem para conseguir lidar com os atrasos nas entregas.

“Mês a mês estamos recebendo uma quantidade que nos permite manter a frota renovada. Na gestão de frotas, trabalhamos com contratos de um a quatro anos e renovamos em cerca de dois. Então, nós conseguimos estender o prazo de utilização do veículo de forma que continuem bem cuidados e seguros”, afirma Lanari.

No primeiro trimestre do ano passado, as entregas foram consistentes para a Localiza e, a partir do final de março, a empresa começou a sentir os impactos da pandemia. Hoje, os pedidos estão sendo entregues, mas com alguma variação no prazo inicialmente combinado. A expectativa da companhia é de que as entregas sejam normalizada até o segundo semestre deste ano.

Como está a demanda? A pandemia acelerou a busca de pessoas físicas pelo aluguel de carro, grupo que representa menos da metade de todo o setor de locação. Hoje, 52% da frota é destinada a terceirização para empresas e órgãos públicos.

Após a queda na demanda durante os primeiros meses da pandemia no ano passado, o setor se aqueceu, impulsionado pelos aluguéis para motoristas de aplicativos, os aluguéis diários para quem quer fugir do transporte coletivo e assinaturas.

“Hoje, muitos dos clientes que viajavam para fora começaram a viajar dentro do Brasil. Muitos começaram a alugar carro para viagens mais curtas e vemos que essa mudança de comportamento reforça quanto o mercado pessoa física ainda é pequeno”, afirma Lanari.

No início da pandemia, em março e abril, houve uma queda na demanda por aluguéis, recuperada a partir de maio e junho. Em janeiro e fevereiro deste ano, Lanari diz que a Localiza teve bons resultados e que começou a sentir os impactos do endurecimento das regras para conter a pandemia em março.

Por que é importante renovar a frota? Paulo Miguel diz que uma frota composta de carros mais velhos aumenta os custos com manutenção.

“A cultura da locação de veículos aumentou. Hoje temos novos clientes chegando todos os dias nas locadoras, tanto na locação de frota como por assinatura. Se não conseguimos renovar a frota que já está mais rodada, complica a vida das locadoras, porque aumenta o tempo de carros parados em manutenção”, afirma Paulo Miguel.

A compra de carros novos se justifica tanto para atualizar a frota como para suprir a demanda crescente do mercado.

O que acontece com os carros usados que não servem mais para locação? São vendidos e ajudam a movimentar o mercado de usados. Podem ser destinados tanto a empresas como a pessoas físicas.

“O nosso core business é o aluguel de carros, mas precisamos vender para manter a frota jovem. Depois do ciclo de vida do veículo, vendemos para atacados ou para lojas específicas. O interessante é que isso rejuvenesce nossa frota e o parque de carros usados. Uma pessoa física com o mesmo carro há seis anos pode comprar um usado de aluguel que rodou por dois ou três anos”, afirma Lanari.

Essas trocas fazem com que o cliente tenha menos custos com manutenção e são interessantes do ponto de vista da sustentabilidade, já que carros mais novos tendem a poluir menos o meio ambiente.

Fonte: 6minutos

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