BPO - Batista Pereira & Oliveira - Advogados e Associados
BPO - Batista Pereira & Oliveira - Advogados e Associados
BPO - Batista Pereira & Oliveira

Quer comprar um carro zero? Não tenha pressa. O prazo de espera para comprar um carro novo no Brasil é de 180 dias. Essa espera pode ficar ainda mais longa com a paralisação das atividades de montadoras, a falta de insumos e o bloqueio no Canal de Suez, que durou seis dias, de acordo com o presidente da Abla (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis), Paulo Miguel Junior.

No caso de veículos pesados, principalmente dos caminhões, a fila de espera passa dos 200 dias, segundo Paulo Garbossa, consultor da ADK Automotive.

Neste mês, nove montadoras anunciaram a paralisação temporária da produção de veículos por causa da pandemia – Mercedes-Benz, Nissan, General Motors, Scania, Renault, Volvo, Toyota, Volkswagen, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Honda. A maior parte suspendeu a produção por cerca de 15 dias.

A paralisação tem a ver com as medidas de distanciamento social, mas também com a falta de peças no mercado. “Desde outubro do ano passado, a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores) disse que iam faltar semicondutores para os carros, que são essenciais para a produção de autopeças. Isso vem se agravando com o tempo”, afirma Garbossa.

Os semicondutores são materiais que conduzem corrente elétrica, fundamentais para a produção de chips para carros.

“Nós já tínhamos o problema da falta de semicondutores e aconteceu um incêndio em uma fábrica de chips no Japão no final de março. Também tivemos um atraso nas produções pelo bloqueio no Canal de Suez. Com as montadoras fechadas, não dá para saber como vai ficar a produção de carros”, afirma Paulo Miguel.

Apesar do meganavio ter desencalhado na segunda (29), atrapalhou o tráfego no canal por seis dias, trazendo prejuízos de bilhões de dólares. Alguns navios que tiveram a passagem impedida carregavam carros.

E as filas para comprar carros usados? Segundo Ílidio Santos, presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), não há filas para comprar, mas o segmento está estagnado por causa das medidas de isolamento adotadas em diversas cidades brasileiras para conter o avanço da covid.

“No nosso setor tem mercadoria, o que não tem é a possibilidade de abrir as lojas”, afirma Santos. O home office é uma dificuldade para finalizar as vendas, já que, com as lojas fechadas, o consumidor não tem a oportunidade de ver o carro presencialmente. Para minimizar o problema, algumas empresas estão levando o carro até os interessados, mas Santos diz que, ainda assim, não resolve.

Por que o fechamento das montadoras também é ruim para o setor de usados? “O mercado automotivo é uma engrenagem que inclui o setor de usados e seminovos, o das concessionárias e as montadoras. A venda dos usados puxa a venda do zero da concessionária, que depende da produção das montadoras. Quando um para, prejudica os outros”, afirma Santos.

Qual a saída para quem quer comprar um carro mais rápido? O consumidor pode checar com a concessionária se há algum modelo ou cor com entrega mais rápida ou optar por um usado.

Qual a dificuldade para o setor de locadoras? A novidade, segundo Paulo Miguel, é que algumas montadoras suspenderam os pedidos de locadoras, justamente pela falta de matéria-prima.

A Volkswagen suspendeu a compra por locadoras até o final de abril e, com a paralisação da montadora, a Abla diz que isso pode se estender até maio. A Fiat suspendeu a compra para grandes contas e a GM não está aceitando pedidos de alguns modelos. A situação varia de montadora para montadora.

Mesmo com a abertura das montadoras depois da paralisação, a situação deve demorar para se normalizar. “O prazo de entrega para locadoras só deve se normalizar no final do segundo semestre, que é de 15 a 30 dias”, afirma Paulo Miguel.

Fonte: 6 minutos

Compartilhe

Receba nossa Newsletter

Outras Notícias