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Por Tássia Reis | São Paulo

O trabalhador que deseja receber em um banco diferente daquele que a empresa escolheu para depositar o salário terá regras mais simples de portabilidade.

A transferência poderá ser solicitada pela internet e na instituição de destino do dinheiro. Será preciso informar o nome e o CNPJ da empresa para qual trabalha e o banco em que recebe o pagamento. A portabilidade deverá ser confirmada em cinco dias.

Além disso, será possível enviar o salário para contas de instituições financeiras não bancárias. Por enquanto, a única habilitada pelo Banco Central que oferece o serviço é o Nubank.

As novas regras do Banco Central entraram em vigor neste domingo (1º) e se parecem com a portabilidade de telefonia celular, porque visam eliminar uma eventual resistência de bancos em fazer a transferência. Até então era preciso pedir portabilidade ao banco com o qual queria deixar de se relacionar.

Problemas com a conta salário, como a não transferência de recursos, foram o quinto assunto com o maior número de reclamações no Banco Central no primeiro trimestre deste ano, com 564 queixas.

Os bancos costumam fechar acordos para administrar a folha de pagamento das empresas e, em alguns casos, pagam para prestar o serviço. O objetivo é acessar uma base de clientes com renda mensal estável e oferecer toda a cesta de serviços bancários mais facilmente.

Quando existem esses contratos, as instituições financeiras devem oferecer a conta salário, que não tem cobrança de tarifas e inclui alguns serviços básicos, como cartão de débito e cinco saques por salário, além da portabilidade gratuita para outro banco, se esse for o desejo do trabalhador.

Já os bancos que recebem salários portados do concorrente costumam acenar com vantagens aos correntistas, como descontos ou isenção de tarifas de manutenção de conta. A disputa deve ficar mais agressiva a partir de agora.

O Banco Original lançou uma campanha publicitária chamando clientes e novos correntistas a pedir a portabilidade. A contrapartida é isenção de tarifas de conta e de anuidade do cartão de crédito, além de taxas de juros mais baixas.

Para o Banco do Brasil, trabalhadores ainda vão preferir os grandes bancos para receber salários. “A decisão de onde ela vai creditar o salário vai além do preço”, diz Bruno Alves, gerente executivo na diretoria de clientes pessoas físicas.

Nos bastidores, um grande banco disse que ele e seus pares tendem a preferir olhar para o próprio umbigo no começo da nova regra, estimulando atuais correntistas que não usam a portabilidade, mas na prática já usam os serviços como banco principal, a solicitar a transferência automática.

Também deve ser um período de observação do impacto da medida, para saber se correntistas de fato estavam insatisfeitos e agora vão acelerar a mudança para novatos. Só depois disso é que eles devem começar uma ação para conquistar novos clientes.

Procurados, os grandes bancos disseram que as novas regras do BC são positivas e favorecem a competitividade.

Fonte: Folha de S. Paulo

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